Divórcio e adolescentes: dos 13 aos 18 anos

De treze a dezoito anos

Os adolescentes podem apresentar:

 

• Depressão.

 

• Ansiedade diante da incerteza do futuro. Como o divórcio dos pais ocorreu em uma idade em que os adolescentes preocupam-se em serem amados e aceitos, eles podem sentir-se ansiosos com a incerteza sobre o futuro, achando que estão condenados a relacionamentos conflituosos.

 

• Comportamento sexual ativo. Às vezes, os adolescentes podem se tornar ativos sexualmente, principalmente se eles vêm que os pais encontraram novos parceiros sexuais. Isso pode ocorrer se os pais estabeleceram poucos limites ou deram pouca atenção para o comportamento dos filhos. Se os adolescentes sentem que as regras morais que eles aprenderam foram deixadas de lado, eles podem apresentar um comportamento sexual mais ativo.

 

• Lamento, profundo senso de perda, sentimentos de vazio e fatiga. Os adolescentes podem sentir a perda de duas formas: como uma perda da família que não vai mais estar disponível para eles porque um dos pais deixou a casa, e uma perda da família porque eles estão crescendo.

 

• Raiva. Alguma raiva é relacionada com a própria idade e alguma serve para cobrir sentimentos de vulnerabilidade e fraqueza. Os adolescentes geralmente têm raiva de seus pais por serem egoístas e não terem consideração por escolherem se divorciar nesta fase da vida deles.

 

• Mudança da percepção sobre os pais. Os adolescentes podem perceber um pai como vulnerável e dependente, e o outro como forte e invulnerável. Os adolescentes podem acrescentar julgamentos morais a essas percepções, acreditando, por exemplo, que a vulnerabilidade é má. Os adolescentes que perceberam uma falha ou uma fraqueza em um dos pais podem exagerar aquela falha ou fraqueza e ver o outro pai como maltratado ou martirizado.

 

• Dilemas de lealdade. Quando os pais exigem que seus filhos escolham lados, os filhos podem se sentir culpados, desesperados e deprimidos.

 

• Maior maturidade e crescimento moral. Muitos adolescentes tentam aprender pelos erros dos pais como serem pessoas melhores e adultos mais maduros e procuram padrões para os seus próprios comportamentos.

 

• Preocupações com o dinheiro. Adolescentes podem ficar ansiosos sobre se haverá dinheiro suficiente para as suas necessidades futuras, como despesas com a educação.

 

• Mudança de papéis na família. Alguns adolescentes assumem responsabilidades em casa, ajudando nas tarefas domésticas e cuidando dos irmãos menores. É importante, entretanto, que o adolescente tenha tempo e permissão para viver a sua própria vida além das responsabilidades familiares.

 

• Distanciamento dos pais. Como parte do processo de crescimento, é natural que os adolescentes comecem a se afastar de seus familiares e se preparem para a independência, tornando-se muito ativos e permanecendo longe de casa. Entretanto, para alguns adolescentes o afastamento pode ser uma forma de escapar da crise e das brigas dos pais para se preservar de sentimentos devastadores.

 

• Aproximação dos amigos. Os amigos são considerados como “refúgios” por darem um sentido de estabilidade aos adolescentes.

 

• Comportamentos de risco e delinquência. Alguns adolescentes podem se tornar rebeldes e apresentar comportamentos tidos como antissociais.

 

Como você pode ajudar

• Mantenha uma programação flexível, se possível, para conciliar os interesses de seu filho adolescente e o convívio com os dois pais. O contato frequente com ambas as casas pode ser difícil se o adolescente tiver outros interesses. Mas é importante que ambos os pais estejam envolvidos na vida dele. Por isso, uma programação flexível pode ser proveitosa para todos.

 

• Monitore as atividades e o comportamento de seu filho adolescente. Estabeleça limites. Nesta fase difícil de suas vidas, os pais podem acabar afrouxando os limites de que os adolescentes necessitam. Geralmente, o pai que não estava trabalhando ou que estava trabalhando apenas meio período antes do divórcio começará a trabalhar em período integral e deixará o filho adolescente sem supervisão na maior parte do tempo. Isso torna o adolescente ansioso e com mais facilidade para adotar um mau comportamento. Portanto, os pais devem se unir para monitorar as atividades do filho adolescente.

 

• Preserve seu filho da exposição à sua sexualidade. Quando os pais começam novos namoros muito rapidamente e contam os detalhes para os filhos adolescentes, estes ficam geralmente confusos.

 

• Preserve seu filho de seus conflitos com seu/sua ex. Os filhos desta idade podem parecer maduros o suficiente para se envolverem na briga dos pais. No entanto, eles são extremamente vulneráveis e tendem a culpar e rejeitar o pai que eles costumavam amar. Embora isso possa parecer gratificante para o pai cujo lado o adolescente tenha tomado, isso não é bom para o desenvolvimento saudável dele. Essas são, portanto, as reações comuns apresentadas pelos filhos ao divórcio dos pais.

 

Alguns filhos podem apresentar todas essas reações, somente algumas delas ou nenhuma delas.

 

ATENÇÃO!

Seu filho poderá precisar de ajuda se:

• Essas reações durarem por mais de seis meses;

• Se essas reações forem muito intensas;

• Se seu filho não conseguir se adaptar às mudanças;

• Se seu filho regredir em seus comportamentos.

 

 

*Na dúvida, procure um especialista. Para saber mais informações entre em contato: Tel/Whatsapp(11) 98268-3283.

 

 

Fonte: https://www.cnj.jus.br